O livro "Nem guerra, nem paz" é uma publição importante para quem quer discutir a atual violência urbana armada ligada ao confronto trafíco e Estado. Publicado em 2002 dentro do projeto COAV (em inglês "Crianças e Jovens em Violência Armada Organizada") busca analisar a situação de risco sem cair no discurso fácil que diz que é preciso matar crianças envolvidas em crimes antes que vire um adulto criminoso e "elemento de alta periculosidade".
Segue algumas definições retiradas do site do COAV:
"Alguns exemplos de grupos que envolvem crianças e jovens nestas condições são: facções do tráfico de drogas em disputa por território (caso do Rio de Janeiro/Brasil); criminosos organizados em geral (como traficantes de armas e drogas, seqüestradores etc); gangues de jovens estruturadas e praticantes de atos ilícitos com emprego de armas (‘maras’ e ‘pandillas’ em Honduras, El Salvador e Guatemala); grupos étnicos; grupos de extermínio, justiceiros ou ‘vigilantes’ que executam criminosos. O problema também está presente em regiões de pós-conflito onde o crime organizado emprega grupos armados."
"O Projeto COAV tem como principais objetivos identificar a existência de crianças envolvidas em grupos armados em regiões que não estão em guerra, produzir e divulgar informações, conscientizar a comunidade internacional e compartilhar soluções sobre o problema."
Nem Guerra nem Paz
(Comparações internacionais de crianças e jovens em violência armada organizada)
INTRO – Índice, Prefácio, Nota do Autor, Introdução, Metodologia,
Como Usar Este Livro
PARTE UM – Grupos Armados Organizados
- Perfil da Área de Estudo
- Perspectivas Históricas
- Estrutura de Comando
- Relações com a Comunidade
- Papel do Estado
- Atividades Econômicas
- Violência Armada
- Tipologia dos grupos Armados Investigados
- Fatores de Risco Comuns ao Surgimento e Existência Contínua dos
Grupos Armados Investigados
PARTE DOIS – Crianças e Jovens na Violência Armada Organizada
- Histórias Pessoais
- Processo de Envolvimento
- Vulnerabilidade e Resistência: por que as crianças ingressam em grupos armados
- As Funções de Trabalho de Crianças e Jovens na Violência Armada Organizada
- Crianças, Jovens e Violência Armada
- Ser Homem: as considerações sobre gênero de crianças e jovens
na violência armada organizada
- Perspectivas
PARTE TRÊS – Mortalidade Relacionada a Armas de Fogo
PARTE QUATRO – Tratando o Problema de Crianças e Jovens
na Violência Armada Organizada
- Políticas Públicas: tendências atuais no trato com crianças
e jovens na violência armada organizada
- Construindo Resistência Através de Intervenções de Prevenção e Reabilitação
- Abordagens Estratégicas Integradas Para Prevenção e Reabilitação de Crianças
e Jovens na Violência Armada Organizada
- Desarmamento, Desmobilização e Reintegração: trocando conhecimentos
e rompendo fronteiras
PARTE CINCO – Relatórios de Países: Colômbia, Equador, El Salvador, Jamaica,
Nigéria, Irlanda do Norte, Filipinas, África do Sul, EUA
PARTE SEIS – Conclusões e Recomendações
Clique para fazer o download do livro
Link aternativo.
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sábado, 31 de janeiro de 2009
BAIXE O LIVRO "NEM GUERRA, NEM PAZ"
Postado por Fernando Pinheiro às 13:20 0 comentários
Marcadores: Livros, teses e artigos
Circulação de jornais cresceu 5% em 2008 no Brasil
Fonte: Jornalismo nas Américas.
Blog de Notícias
BRASIL
Circulação de jornais cresceu 5% em 2008, diz instituto
Enquanto as ações dos jornais americanos registraram uma queda de 83% em média na bolsa de Nova Iorque em 2008, os dados do consolidado anual divulgado pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC) apontam um crescimento de 5% na circulação dos jornais brasileiros em 2008, disse o portal AdNews. No ranking de circulação dos títulos nacionais durante o mês de dezembro, a Folha de S.Paulo (SP), O Globo (RJ) e Super Notícia (MG) ficaram em primeiro, segundo e terceiro lugares, respectivamente.
Por Eva Menezes em 01/29/2009 - 17:26
Postado por Fernando Pinheiro às 08:24 0 comentários
Marcadores: Pesquisas
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
A RECORD ATIRA NA CONCORRÊNCIA
Fonte: Observatório da Imprensa
Para quem nunca viu essa novo seriado "A lei e o crime" pode dar uma olhada na janela do youtube abaixo. Pode também acessar o canal do youtube da Rede Record clicando aqui.
A LEI E O CRIME
A Record atira na concorrência
Por Valério Cruz Brittos e Andres Kalikoske em 27/1/2009
O telespectador que sintonizar a Record nas noites de segunda-feira poderá constatar que a cultura de massa trabalha com fortes doses de homogeneização, reproduzindo elementos de produtos que, por terem obtido êxito, ainda se encontram no imaginário popular. Prova disso é o seriado A Lei e o Crime, empreitada da emissora de Edir Macedo que já está incomodando a Globo, por alcançar a vice-liderança isolada de audiência na Grande São Paulo e picos de primeiro lugar no Rio de Janeiro. No mercado internacional, promete fazer dinheiro, repetindo o desempenho de seus antecedentes similares.
Com muitos tiros e custo elevado – são R$ 600 mil por episódio, três vezes mais do que é gasto no capítulo de uma telenovela –, o enredo resgata temáticas comuns aos brasileiros, como corrupção policial e violência extremada nas favelas cariocas. Seu elenco ainda conta com dois atores oriundos do bem-sucedido filme Tropa de Elite, o que torna quase impossível não comparar o seriado com a respectiva obra cinematográfica.
Este não é o primeiro investimento da Record em seriados. Em 2003, a emissora levou ao ar A Turma do Gueto, retratando o cotidiano da periferia. Realizada pela produtora Casablanca, a partir de argumento do cantor Netinho de Paula, a produção não chegou a ser um fracasso, mas também não alavancou a audiência da Record para os parâmetros desejados por seus executivos. Ainda, em 2006, co-produziu com o canal transnacional Fox o produto Avassaladoras. Deficitário no quesito audiência, teve seu horário de exibição alterado por diversas vezes.
Fidelidade internacional à Globo
No entanto, no caso de A Lei e o Crime, a carência de originalidade estende-se do enredo à estratégia de programação da emissora. A exemplo da Globo – que há quase 10 anos estréia seus programas no primeiro mês do ano –, em 2009 o canal de Edir Macedo lançou novos produtos também em janeiro. Todavia, além de atirar contra a concorrência nacional, o seriado ainda carrega consigo a difícil missão de maximizar os ganhos da Record no mercado externo. Primeiramente o produto será ofertado a canais da Europa, Estados Unidos, Canadá e Japão. O Reino Unido também se apresenta como um mercado potencial, frente ao arrebatador sucesso de público e crítica de Elite Squad, título local de Tropa de Elite. Posteriormente, deverá ser exibido na Record Internacional, o sinal além-mar do grupo. A primeira modalidade de venda, no entanto, é muito mais vantajosa para a Record, uma vez que seu canal internacional ainda não decolou.
O crescimento da Record Internacional ocorre especialmente nos países pobres da África falantes da língua portuguesa. Por coincidência, nota-se nesses países a forte presença da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Contudo, tanto na venda aos canais estrangeiros, quanto na emissão de programas em seu sinal internacional, os mercados (e consumidores) seguem fiéis às produções da Globo. O europeu e o norte-americano, que pagam altas cifras por produtos televisivos, preferem oferecer em suas grades de programação novelas como A Favorita, atualmente no ar pela SIC de Portugal, ou El Clon (O Clone), sucesso recente na Telemundo norte-americana (voltada para o público hispânico).
Experiência em remakes
Frente a este cenário, com exceção da Globo – que, apesar de resgatar mais uma edição do Big Brother Brasil, estreou em janeiro a bem sucedida minissérie Maysa – Quando Fala o Coração e a novela Caminhos das Índias –, nas outras emissoras falta inovação. A Band insiste no nada original Band Verão, apostando no revezamento de seus apresentadores para tentar emplacar as diversas edições do programa que são exibidas por dia. No momento, sua atração de maior audiência é o humorístico Uma Escolinha Muito Louca, que também vem sendo reprisado, dividindo a faixa vespertina com o decano seriado Punky, a Levada da Breca, produção norte-americana da NBC dos anos 80.
Já no SBT, estréias parecem soar como algo remoto. Com o término de Pantanal – cujo último capítulo foi exibido sem a mínima divulgação prévia – o canal prepara-se para editar as fitas de Ana Raio e Zé Trovão, produzida em 1991 pela extinta TV Manchete. Enquanto isso, o recém-contratado diretor Del Rangel começa a produzir a sucessora de Revelação. O roteiro, baseado na radionovela Vende-se Um Véu de Noiva, de Janete Clair, será assinado por Íris Abravanel e seus fiéis colaboradores. Apesar da falta de experiência da autora, a emissora aposta no trabalho do diretor para alavancar a produção. Experiência em remakes não lhe falta: couberam a Del Rangel as bem-sucedidas regravações de Éramos Seis e Sangue do Meu Sangue, ambas do SBT, além da nostálgica Meu Pé de Laranja-Lima, sucesso infanto-juvenil da Band.
Postado por Fernando Pinheiro às 20:18 0 comentários
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terça-feira, 27 de janeiro de 2009
DF: Semse traça perfil de adolescente em conflito com a lei
Das 1.123 ocorrências apuradas pelo órgão, 30,37% estão relacionada a roubos cometidos por meninos com menos de 18 anos
O relatório anual feito pela Seção de Medidas Socioeducativas (Semse) da Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal (VIJ) revela que os perfis dos adolescentes que cumprem ou cumpriram medida socioeducativa em sistema aberto no DF são muito parecidos. A maioria estuda na 5ª série do ensino fundamental, mora em Ceilândia, está na faixa etária entre 16 e 18 anos incompletos e cometeu roubos. De um total de 1.123 ocorrências apuradas pela Semse, 30,37% estão relacionadas a esse tipo de violação legal.
Para a psicóloga, analista judiciária, e socióloga da Semse, Paula Frassinetti Costa e Silva, um dos atos infracionais cometidos por adolescentes que mais gera preocupação é o tráfico de drogas. Em 2007, representou 7,78% dos processos abertos pela Vara de Infância do DF.
Ainda de acordo com Paula, a falta de estímulo para os adolescentes é um dos fatores que desencadeia o interesse pela rua. “Percebemos que os jovens estão cada vez mais envolvidos com o uso e o tráfico de drogas. Tem de haver uma reformulação no processo de aprendizagem para que esse adolescente tenha interesse em participar das atividades escolares”, defende.
[Jornal de Brasília (DF), Saulo Araújo – 27/01/2009]
Postado por Fabiana André às 11:42 0 comentários
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Direito democrático à informação e à cidadania
Fonte: Observatório da Imprensa
TV PÚBLICA
O direito democrático à informação e à cidadania
Por Walquiria Domingues Leão Rego em 13/1/2009
Disse Alexis de Tocqueville (1805-1859) que somente os jornais podiam depositar ao mesmo tempo, em milhões de mentes, as mesmas idéias. Daí que sua responsabilização formativa poderia ser autora tanto das virtudes públicas fundamentais ao processo civilizatório democrático, como ser uma perigosa arma de destruição da controvérsia saudável e do amor à cultura por parte de uma nação. Soren Kierkegaard (1813-1855) temia esta última possibilidade e dizia: os jornalistas não conhecem limites porque podem descer sempre mais baixo na escolha dos seus leitores.
No decênio de 1990, David Broder, importante colunista político americano, em uma série de artigos publicados no Washington Post, ao retomar o espírito que presidiu algumas reflexões do século 19 sobre a imprensa, afirmava que os jornalistas deveriam utilizá-la primordialmente para modificar e melhorar o debate público sobre a cidadania. Ainda apostava na força da palavra e dos argumentos como os melhores meios de exercitar as faculdades críticas dos cidadãos.
O mandamento primeiro do jornalista consistia em contribuir para a elevação moral dos homens, ajudando-os na formação de um juízo público esclarecido e responsável. Para tanto, pressupunha-se o pluralismo informativo e a capacidade de resistir às pressões dos interesses privados, voltados tão somente para o lucro e para a conquista de audiência e, por isso, incompatíveis com o direito democrático à informação devido à cidadania.
Fórmulas batidas e viciadas
No atual momento da comunicação no país estamos diante de algo muito mais complexo e perturbador: a força da imagem advinda da televisão, a qual está presente nas residências de todos, como um verdadeiro totem. A tecnologia das comunicações nos coloca diante de algo que até a segunda metade do século 20 sequer se suspeitava. A invasão totalizante da imagem para o interior dos espaços mais recônditos da subjetividade das pessoas. Nada lhe escapa; sobretudo torna as crianças e adolescentes as maiores vítimas indefesas. A televisão tem força plástica e modeladora: os comportamentos daqueles que comparecem na "telinha" são percebidos como normativos.
A barbárie valorativa presente nos programas televisivos, pautados substancialmente por critérios privados de mercado e pela tirania dos índices de audiência, tem relegado sua função de serviço público formativo a uma negligência perigosa. A festejada liberdade dos interesses de mercado tem se sobrepujado a qualquer outra consideração de ordem ético-educativa da sociedade. O imperativo maior deste tipo de negócio é "caçar audiência", custe o que custar.
Isto tem produzido como conseqüência o avassalador nivelamento por baixo dos seus conteúdos programáticos. Sabe-se muito bem que a qualidade da oferta condiciona o gosto e a exigência cultural dos telespectadores e ouvintes. Há experiências feitas na área cultural em várias partes do mundo que comprovam isto.
Diante deste quadro, qual seria o papel de uma televisão pública? A resposta parece cristalina. Ser aquela que tem por obrigação precípua restabelecer padrões programáticos compatíveis com uma nação que se quer mais integrada, mais culta, mais coesa moralmente e mais democrática. A
TV pública tem de ser modelar em ousadia de programação cultural, tem de priorizar a qualidade intelectual de seus programadores para que possam fazer ofertas culturais e artísticas que os coloquem de forma diferenciada no mercado televisivo. Que deixem para trás o lugar-comum da programação habitual, fincada na acomodação preguiçosa das fórmulas batidas e viciadas que infantilizam o espectador, reduzem-lhe as possibilidades de aquisição do juízo crítico e, portanto, não auxiliam na longa e difícil tarefa de construção de cidadãos esclarecidos.
"Fatos" deformados pela opinião
O debate contemporâneo sobre justiça distributiva, reconhecimento de direitos, cidadania, democracia e dignificação da vida aponta para o papel dos meios de comunicação, em especial a televisão, como meios de vital importância na difusão e orientação de valores democráticos permanentes e irrenunciáveis à construção de uma sociedade democrática. Contudo, estes pressupostos são negados cotidianamente nas televisões comerciais. De modo geral, os conteúdos nelas veiculados infelizmente percorrem sentido oposto à afirmação destes valores.
Quanto ao direito democrático da cidadania ao máximo possível de verdade na atividade informativa, o que vemos no Brasil de hoje é o desprezo impressionante pelos fatos e a celebração da opinião do jornalista que a apresenta com todos seus preconceitos e pré-noções como substitutivos dos fatos. Semelhante fenômeno alcançou dimensões assustadoras na sociedade contemporânea, o que suscitou o livro do jornalista italiano Marco Travaglio, cujo titulo emblemático é O desaparecimento dos fatos. Pede-se a abolição das noticias para não perturbar as opiniões.
Os âncoras dos grandes jornais televisivos opinam claramente utilizando-se de contrações faciais, exclamações aparentemente inocentes e espontâneas, técnicas de convencimento como se estivessem em espaço privado, conversando com amigos pessoais. O telespectador sequer imagina que estes profissionais da informação estão em uma concessão pública, prestando um serviço público.
A conseqüência disto, infelizmente, é que na consciência coletiva se enraízam e se fixam estes "fatos" deformados pela opinião e, assim, se usurpa sem mais o direito democrático à informação factual realizada com a objetividade necessária à verdade informativa, aliás, função originária da atividade jornalística.
Construção e resgate da memória
A televisão pública pode ser inestimável instrumento de política da memória pública, resgatando fatos da história sobre os quais pesa grande silêncio, tanto quanto fatos do presente, que não são noticiados na expectativa de criar a realidade conforme os interesses e desejos dos poderosos, portanto de parte da sociedade.
A seleção dos fatos da memória como modo de decidir o que os telespectadores devem esquecer, ou não saber, e àqueles que devem ser incessantemente lembrados, constitui uma das operações de poder persuasivo mais arbitrário, fartamente utilizado pelos regimes antidemocráticos.
Construir uma televisão pública no sentido maior que o termo indica pressupõe grande responsabilidade cívica, sendo que uma das mais importantes é o profundo compromisso com a verdade dos fatos, pois este dever preliminar fertiliza a construção e o resgate da memória pública. É fator importante de estímulo do debate público democrático. Somente assim será possível que uma nação discuta abertamente seu presente para incluir todos no debate sobre seu destino comum.
Convívio cívico e bens coletivos
Fato irrenunciável à tarefa de uma televisão pública é sua contribuição à luta pela dignidade da vida, na medida em que constitui valor supremo da democracia como modo de vida coletivo. Desta feita, sua diferenciação fundamental, em meio aos critérios comerciais que presidem as televisões privadas, nas quais a indignidade da vida se torna mercadoria muito vendável, é enfrentar o desafio de se fazer portadora da política democrática de dignificação do telespectador, ofertando-lhe noticiosos e programas culturais do melhor nível possível. Assim fazendo, se torna veículo de elevação da educação nacional, contribuindo fundamentalmente para a dissolução de estereótipos e preconceitos que pesam duramente sobre os pobres, as mulheres, as minorias étnicas e culturais, os negros, os homossexuais. Assim sendo, podemos imaginar a televisão pública como força auxiliar à imperiosa necessidade da revolução educacional no Brasil, cumprindo o papel de meio de revolucionar as referências culturais dominantes.
A universalização da escola, a melhoria dos conteúdos escolares em todos os níveis, a expansão da universidade pública e do ensino profissionalizante serão insuficientes como meios imprescindíveis de elevação do nível geral de educação. Exige, para se efetivar como processo educativo mais profundo e duradouro, o acompanhamento de uma mudança radical dos paradigmas valorativos da televisão brasileira. Para tanto, a televisão pública, voltada para a tarefa de inaugurar novos modelos de veiculação cultural à televisão, pode desempenhar papel decisivo na melhora da qualidade dos padrões gerais de civilização e cultura.
O significado maior deste processo se inscreve na exigência normativa de democratização incessante da democracia como forma política de convívio cívico e construção incessante de padrões mais altos de cultura, de ética, e de política como bens coletivos.
Postado por Fernando Pinheiro às 19:27 0 comentários
Marcadores: Reflexões
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Instituto de Segurça Pública relatório de incidências criminais
Fonte: Observatório de Favelas.
Segurança - 13/01/2009
ISP divulga relatório
Por Liana Leite
O relatório sobre incidências criminais divulgado, no dia 9 de janeiro, pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) revela queda do número de homicídios dolosos nos primeiros seis meses de 2008. Segundo o ISP, a redução foi de 8,8% no número de homicídios no acumulado de janeiro a junho de 2008, comparando-se com o mesmo período de 2007. Em contrapartida, o levantamento apresenta aumento de 9,1% dos autos de resistência (registros de morte em confronto com a polícia) no mesmo período.
Para Ignácio Cano, sociólogo e professor da UERJ, o declínio de homicídios é importante, mas limitado, já que não são “valores expressivos”. “Os números devem ser vistos com cautela, e precisam ser analisados juntamente com outros tipos de crime como latrocínio e desaparecimento”, acredita.
Por outro lado, o sociólogo aposta no declínio dos autos de resistência no segundo semestre de 2008 em comparação com 2007. “Apesar do aumento dos autos de resistência do 1º semestre de 2008, no 2º o índice começa a cair. Alguns especialistas acreditam que a morte do menino João Roberto durante perseguição policial contribuiu para uma política de cautela durante as ações”, explica.
Silvia Ramos, cientista social e pesquisadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes (CESEC), acredita que a liberação de dados mais antigos dificulta uma análise mais detalhada dos fatos. “O primeiro semestre de 2008 já está distante. Precisamos de dados mais recentes para analisar as taxas e ligá-las aos fatos”.
Entretanto, a pesquisadora também vê com bons olhos a redução de homicídios dolosos. “É um bom dado, mas não quer dizer que todas as categorias de crimes com mortes violentas estejam em queda”, relata.
Os números de lesões culposas de trânsito, por exemplo, não são muito animadores. Houve um aumento de 1.145 vítimas, ou 6,1%, ao se confrontar o 1º semestre de 2008 com o de 2007. Já o número de homicídios culposos de trânsito permaneceu praticamente inalterado.
O assalto a transeuntes se manteve em alta ao longo de nove anos. Em 2000 foram 9.036 casos, e em 2008, 33.300 – um aumento de 268%. Comparando-se os seis primeiros meses de 2007 – quando foram registrados 28.453 casos -, com o mesmo período de 2008, o aumento foi de 17%. No mesmo período de 2008, houve redução nos registros de roubos e furtos de veículos.
Postado por Fernando Pinheiro às 10:21 0 comentários
Marcadores: Pesquisas, Polícia, Segurança Pública
PESQUISADOR DA UERJ ANALISA INDIGNAÇÃO POPULAR NO RJ
Fonte: Observatório de Favelas
Direitos Humanos - 08/01/2009
Ignacio Cano analisa a indignação no Rio
Em artigo escrito para o Jornal o Globo de hoje, o sociólogo e professor da Uerj Ignacio Cano compara a capacidade de mobilização popular em Atenas, na Grécia, e no Rio de Janeiro, diante de homicídios provocados por policiais. Ele questiona a forma como se pretende acabar com a violência, que acaba causando insegurança e desrespeitando a “integridade das pessoas que supostamente se pretende proteger”.
Atenas e Rio
Por Ignácio Cano* No dia 6 de dezembro, Alexandros Grigoropoulos, de 15 anos, foi morto por disparos de policiais no bairro de Exarchia em Atenas, na Grécia. A versão dos policiais sustentou que um grupo de jovens tinha atacado eles com pedras e garrafas e que os disparos de advertência de um agente teriam ricocheteado e atingido o adolescente. Entretanto, testemunhas afirmaram que foram os policiais os que voltaram para procurar os jovens, após um desentendimento inicial, e que a provocação destes últimos teria sido apenas verbal. A indignação popular deflagrou uma onda de protestos que tomou conta do país durante semanas e que se traduziu em manifestações, greves, mobilizações estudantis, e também em atos violentos, como ataques a delegacias e estabelecimentos comerciais, com um saldo de dezenas de feridos. O Ministro do Interior apresentou a sua renúncia e o chefe do governo, Costas Caramanlis, pediu publicamente perdão ao pai da vítima e prometeu que o governo tomaria medidas para que a tragédia não se repetisse. O autor dos disparos responde processo por homicídio doloso e teve problemas para conseguir representação legal.
Dois dias antes da morte de Alexandros, Mateus Rodrigues, de 8 anos, foi morto por disparos de policiais na comunidade da Maré, no Rio de Janeiro. Mateus estava saindo para comprar pão quando foi atingido por um tiro de fuzil que pintou de vermelho a entrada da sua casa. A versão da Polícia Militar falou numa bala perdida no meio de um tiroteio com traficantes, mas parentes e testemunhas afirmaram que o único tiro disparado foi o tiro homicida. Imediatamente depois da morte, alguns moradores revoltados se manifestaram na Linha Vermelha. No dia 20, uma manifestação na Maré em homenagem a Mateus congregou um grupo de menos de duzentas pessoas.
A diferença na reação social nas duas situações tem a ver com o fato de que o caso de Alexandros é raro na Grécia, enquanto que, lamentavelmente, há muitos Mateus no Rio de Janeiro. Ninguém está propondo distúrbios populares, mas é preciso que a magnitude da indignação na Grécia nos faça reflexionar sobre a nossa indiferença e a nossa naturalização de tragédias semelhantes. Pode servir como ponto de partida o princípio de que a morte de uma criança numa intervenção policial é simplesmente inaceitável.
Obviamente, o contexto no Rio é diferente da Grécia e os policiais enfrentam aqui uma criminalidade bem mais violenta, que implica riscos e níveis de estresse muito superiores. Mas, para além dessas diferenças, cabe questionar a política do estado em relação a essa violência.
Os moradores de áreas carentes são as principais vítimas da criminalidade violenta. Por isso, e também pelo fato de que eles não têm acesso à segurança privada, o Estado deveria considerar a proteção dessas populações a sua primeira prioridade. Entretanto, as políticas tradicionais de segurança pública historicamente visaram a nossa proteção, a dos moradores do asfalto, contra os perigos provenientes das favelas. É justamente por isso que autoridades manifestaram que a morte de alguns inocentes na luta contra o crime é lamentável, mas inevitável para travar essa 'guerra'. O fato é que esses inocentes sempre tombam nos mesmos lugares, lugares em que a vida vale bem menos e o braço do estado nem sempre respeita a lei. Façamos o exercício de imaginar uma porta de uma casa no Leblon ensangüentada por um menino morto por um disparo policial. Talvez nessa outra história possamos imaginar também pedidos de desculpas de autoridades e até alguma renúncia.
Disse o nosso governador que não pode concordar com o sonho de alguns sociólogos de enfrentar a criminalidade no Rio hoje sem disparar um tiro. Somos obrigados a discordar também desses sociólogos sonhadores. A questão real que se coloca é se a política de segurança tem como objetivo a minimização dos tiroteios e, sobretudo, a proteção dos moradores de áreas violentas, ou uma suposta vitória militar sem importar o custo. Essa 'vitória' alcançada a despeito da insegurança e mesmo da integridade daqueles que supostamente se pretende proteger seria o equivalente de uma Delegacia Anti-Seqüestro que, regularmente, acabasse com a vida dos reféns junto com a dos seqüestradores.
* Ignacio Cano é sociólogo e professor da UERJ
Postado por Fernando Pinheiro às 10:16 0 comentários
Marcadores: Direitos Humanos, Manifestações, Mídia e Violência, Reflexões
sábado, 17 de janeiro de 2009
O direito democrático à informação e à cidadania
Artigo muito interssante que expõe algumas dificuldades da criaçao de uma mídia e imprensa televisiva mais democrática. Vale a pena ler na íntegra.
Fonte: Observatório da Imprensa.
TV PÚBLICA
Por Walquiria Domingues Leão Rego em 13/1/2009
Disse Alexis de Tocqueville (1805-1859) que somente os jornais podiam depositar ao mesmo tempo, em milhões de mentes, as mesmas idéias. Daí que sua responsabilização formativa poderia ser autora tanto das virtudes públicas fundamentais ao processo civilizatório democrático, como ser uma perigosa arma de destruição da controvérsia saudável e do amor à cultura por parte de uma nação. Soren Kierkegaard (1813-1855) temia esta última possibilidade e dizia: os jornalistas não conhecem limites porque podem descer sempre mais baixo na escolha dos seus leitores.
No decênio de 1990, David Broder, importante colunista político americano, em uma série de artigos publicados no Washington Post, ao retomar o espírito que presidiu algumas reflexões do século 19 sobre a imprensa, afirmava que os jornalistas deveriam utilizá-la primordialmente para modificar e melhorar o debate público sobre a cidadania. Ainda apostava na força da palavra e dos argumentos como os melhores meios de exercitar as faculdades críticas dos cidadãos.
O mandamento primeiro do jornalista consistia em contribuir para a elevação moral dos homens, ajudando-os na formação de um juízo público esclarecido e responsável. Para tanto, pressupunha-se o pluralismo informativo e a capacidade de resistir às pressões dos interesses privados, voltados tão somente para o lucro e para a conquista de audiência e, por isso, incompatíveis com o direito democrático à informação devido à cidadania.
Fórmulas batidas e viciadas
No atual momento da comunicação no país estamos diante de algo muito mais complexo e perturbador: a força da imagem advinda da televisão, a qual está presente nas residências de todos, como um verdadeiro totem. A tecnologia das comunicações nos coloca diante de algo que até a segunda metade do século 20 sequer se suspeitava. A invasão totalizante da imagem para o interior dos espaços mais recônditos da subjetividade das pessoas. Nada lhe escapa; sobretudo torna as crianças e adolescentes as maiores vítimas indefesas. A televisão tem força plástica e modeladora: os comportamentos daqueles que comparecem na "telinha" são percebidos como normativos.
A barbárie valorativa presente nos programas televisivos, pautados substancialmente por critérios privados de mercado e pela tirania dos índices de audiência, tem relegado sua função de serviço público formativo a uma negligência perigosa. A festejada liberdade dos interesses de mercado tem se sobrepujado a qualquer outra consideração de ordem ético-educativa da sociedade. O imperativo maior deste tipo de negócio é "caçar audiência", custe o que custar.
Isto tem produzido como conseqüência o avassalador nivelamento por baixo dos seus conteúdos programáticos. Sabe-se muito bem que a qualidade da oferta condiciona o gosto e a exigência cultural dos telespectadores e ouvintes. Há experiências feitas na área cultural em várias partes do mundo que comprovam isto.
Diante deste quadro, qual seria o papel de uma televisão pública? A resposta parece cristalina. Ser aquela que tem por obrigação precípua restabelecer padrões programáticos compatíveis com uma nação que se quer mais integrada, mais culta, mais coesa moralmente e mais democrática. A
TV pública tem de ser modelar em ousadia de programação cultural, tem de priorizar a qualidade intelectual de seus programadores para que possam fazer ofertas culturais e artísticas que os coloquem de forma diferenciada no mercado televisivo. Que deixem para trás o lugar-comum da programação habitual, fincada na acomodação preguiçosa das fórmulas batidas e viciadas que infantilizam o espectador, reduzem-lhe as possibilidades de aquisição do juízo crítico e, portanto, não auxiliam na longa e difícil tarefa de construção de cidadãos esclarecidos.
"Fatos" deformados pela opinião
O debate contemporâneo sobre justiça distributiva, reconhecimento de direitos, cidadania, democracia e dignificação da vida aponta para o papel dos meios de comunicação, em especial a televisão, como meios de vital importância na difusão e orientação de valores democráticos permanentes e irrenunciáveis à construção de uma sociedade democrática. Contudo, estes pressupostos são negados cotidianamente nas televisões comerciais. De modo geral, os conteúdos nelas veiculados infelizmente percorrem sentido oposto à afirmação destes valores.
Quanto ao direito democrático da cidadania ao máximo possível de verdade na atividade informativa, o que vemos no Brasil de hoje é o desprezo impressionante pelos fatos e a celebração da opinião do jornalista que a apresenta com todos seus preconceitos e pré-noções como substitutivos dos fatos. Semelhante fenômeno alcançou dimensões assustadoras na sociedade contemporânea, o que suscitou o livro do jornalista italiano Marco Travaglio, cujo titulo emblemático é O desaparecimento dos fatos. Pede-se a abolição das noticias para não perturbar as opiniões.
Os âncoras dos grandes jornais televisivos opinam claramente utilizando-se de contrações faciais, exclamações aparentemente inocentes e espontâneas, técnicas de convencimento como se estivessem em espaço privado, conversando com amigos pessoais. O telespectador sequer imagina que estes profissionais da informação estão em uma concessão pública, prestando um serviço público.
A conseqüência disto, infelizmente, é que na consciência coletiva se enraízam e se fixam estes "fatos" deformados pela opinião e, assim, se usurpa sem mais o direito democrático à informação factual realizada com a objetividade necessária à verdade informativa, aliás, função originária da atividade jornalística.
Construção e resgate da memória
A televisão pública pode ser inestimável instrumento de política da memória pública, resgatando fatos da história sobre os quais pesa grande silêncio, tanto quanto fatos do presente, que não são noticiados na expectativa de criar a realidade conforme os interesses e desejos dos poderosos, portanto de parte da sociedade.
A seleção dos fatos da memória como modo de decidir o que os telespectadores devem esquecer, ou não saber, e àqueles que devem ser incessantemente lembrados, constitui uma das operações de poder persuasivo mais arbitrário, fartamente utilizado pelos regimes antidemocráticos.
Construir uma televisão pública no sentido maior que o termo indica pressupõe grande responsabilidade cívica, sendo que uma das mais importantes é o profundo compromisso com a verdade dos fatos, pois este dever preliminar fertiliza a construção e o resgate da memória pública. É fator importante de estímulo do debate público democrático. Somente assim será possível que uma nação discuta abertamente seu presente para incluir todos no debate sobre seu destino comum.
Convívio cívico e bens coletivos
Fato irrenunciável à tarefa de uma televisão pública é sua contribuição à luta pela dignidade da vida, na medida em que constitui valor supremo da democracia como modo de vida coletivo. Desta feita, sua diferenciação fundamental, em meio aos critérios comerciais que presidem as televisões privadas, nas quais a indignidade da vida se torna mercadoria muito vendável, é enfrentar o desafio de se fazer portadora da política democrática de dignificação do telespectador, ofertando-lhe noticiosos e programas culturais do melhor nível possível. Assim fazendo, se torna veículo de elevação da educação nacional, contribuindo fundamentalmente para a dissolução de estereótipos e preconceitos que pesam duramente sobre os pobres, as mulheres, as minorias étnicas e culturais, os negros, os homossexuais. Assim sendo, podemos imaginar a televisão pública como força auxiliar à imperiosa necessidade da revolução educacional no Brasil, cumprindo o papel de meio de revolucionar as referências culturais dominantes.
A universalização da escola, a melhoria dos conteúdos escolares em todos os níveis, a expansão da universidade pública e do ensino profissionalizante serão insuficientes como meios imprescindíveis de elevação do nível geral de educação. Exige, para se efetivar como processo educativo mais profundo e duradouro, o acompanhamento de uma mudança radical dos paradigmas valorativos da televisão brasileira. Para tanto, a televisão pública, voltada para a tarefa de inaugurar novos modelos de veiculação cultural à televisão, pode desempenhar papel decisivo na melhora da qualidade dos padrões gerais de civilização e cultura.
O significado maior deste processo se inscreve na exigência normativa de democratização incessante da democracia como forma política de convívio cívico e construção incessante de padrões mais altos de cultura, de ética, e de política como bens coletivos.
Postado por Fernando Pinheiro às 14:27 0 comentários
Marcadores: Reflexões
Jornalista cria agência global de freelancers
Fonte: Observatório da Imprensa.
NOVOS TEMPOS
Por Leticia Nunes (tradução e edição) em 13/1/2009
A crise que atinge a indústria jornalística, com demissões e fechamento de sucursais, serviu de estímulo para que o veterano jornalista Charles Sennott deixasse o jornal Boston Globe para abrir sua própria organização de mídia. O GlobalPost é um sítio gratuito, financiado por anúncios, que tem como plano fornecer ao público americano cobertura complementar à produzida pela Associated Press, Reuters e outras organizações de mídia que possuem estrutura para cobrir eventos em todo o mundo.
Lançada esta semana (12/1), a agência de Sennott conta com 65 jornalistas, incluindo veteranos de grandes organizações dos EUA, como CNN, Washington Post, Time e AP. O sítio também irá vender matérias a jornais – para serem publicadas no papel ou divulgadas online. "Nós não podemos cobrir cada acidente de avião ou estar em todas as coletivas de imprensa", explica o jornalista. "O que podemos fazer é ter uma rede de jornalistas talentosos que vivem no lugar de onde escrevem e que entregam trabalhos comparáveis a um colunista de um caderno de cidades de um jornal – histórias que ligam os pontos, que fornecem a compreensão de um lugar em um espaço relativamente curto".
Economia
No lançamento, o GlobalPost se estende por quase 50 países, entre eles o Brasil e a Indonésia. Também haverá representantes em mercados-chave como Índia e China. Os jornalistas deverão receber, em geral, US$ 1 mil por mês como freelancers em meio período, o que significa que eles poderão continuar a trabalhar para outros lugares – Sennott os encoraja a fazê-lo. Estes profissionais receberão câmeras de vídeo digitais e terão algumas despesas com viagens cobertas pelo sítio, mas, na maioria das vezes, trabalharão de casa, eliminando os custos com a manutenção de uma sucursal. Eles ganharão ainda uma participação no capital da Global News Enterprises, que tem capital fechado. Esta participação pode atingir metade das ações que não pertencem aos 14 fundadores da empresa, que investiram US$ 8,2 milhões.
Os jornalistas devem produzir matérias semanais sobre temas políticos, econômicos, sociais e culturais e contribuir com notas. Eles também fornecerão fotos e vídeos quando for o caso. Em grandes eventos – como os ataques em Mumbai ou o conflito em Gaza, por exemplo –, os repórteres serão incentivados a buscar pontos de vista únicos.
Novos modelos
Como a receita do GlobalPost depende, em sua grande maioria, de publicidade – e receita publicitária não é algo fácil hoje em dia –, Philip Balboni, co-fundador do sítio, diz que a companhia espera operar sem lucros por três anos enquanto desenvolve outras duas fontes de renda: a venda de matérias para jornais e as assinaturas anuais por conteúdo premium.
John Daniszewski, editor da AP para notícias internacionais, ressalta que o GlobalPost não terá o dinheiro ou a equipe que sua agência tem para "cobrir qualquer evento do planeta em um curto período de tempo", mas, ainda assim, dá as boas vindas ao projeto. "É bom ter mais vozes cobrindo e interpretando as notícias internacionais".
O GlobalPost segue uma onda de transformações em empresas jornalísticas nos últimos anos, como o sítio Politico, que oferece cobertura de Washington a outras organizações e o projeto de serviço de notícias da CNN. Jornais também passaram, em 2008, a anunciar parcerias informais. O Christian Science Monitor e a McClatchy, que publica o Miami Herald, entre outros títulos, estão em um período de três meses de experiência de compartilhamento de conteúdo. Para John Walcott, que supervisiona as sucursais internacionais da McClatchy, esforços como o GlobalPost são interessantes, mas vêm com riscos, pois é difícil avaliar a credibilidade de todos os colaboradores espalhados por diversos países. Informações da AP [9/1/09].
Postado por Fernando Pinheiro às 13:52 0 comentários
Marcadores: Notícias
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Relatório analisa problemas relacionados aos direitos humanos no Brasil
Violência policial, condições do sistema carcerário, trabalho escravo, violência contra povos indígenas e camponeses sem-terra, impunidade e ameaças a defensores de direitos humanos foram os temas abordados no capítulo brasileiro do relatório anual, elaborado pela organização Human Rights Watch, divulgado no dia 14 de janeiro. Segundo a ONG, a tortura permanece como um sério problema de direitos humanos no país.
"As áreas metropolitanas do Brasil estão infestadas por violência em larga escala perpetrada por gangues criminosas e polícia abusiva. A violência afeta principalmente comunidades de baixa renda. Cerca de 50 mil homicídios ocorrem a cada ano no Brasil", afirma o relatório. A violência policial, incluindo as execuções extrajudiciais, é considerada pela ONG um problema crônico. O relatório cita o caso do Rio de Janeiro, onde a polícia é apontada como responsável por aproximadamente um em cada cinco assassinatos nos primeiros seis meses de 2008.
O relatório é enfático ao afirmar que a tortura permanece sendo um sério problema no Brasil. O documento cita dados da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre as condições do sistema carcerário, na qual ficou concluído que o sistema nacional de detenção está contaminado por "tortura física e psicológica". Em diversos estados, a comissão registrou a presença de "cicatrizes de tortura" nos detentos. Os atrasos no sistema judiciário contribuem para o atraso, segundo a análise da ONG.
Trabalho escravo e questão agrária
Sobre o trabalho escravo, o relatório ressalta que, apesar dos esforços governamentais para erradicá-lo, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) registrou 8.653 pessoas em condições de escravidão em 2007. Dessas, 5.974 foram libertadas. A ONG elogia os avanços ocorridos no combate ao trabalho forçado, mas enfatiza a necessidade de responsabilizar os empregadores, que permanecem na impunidade.
A questão agrária também foi abordada pelo relatório, principalmente no que diz respeito aos conflitos rurais e à violência contra indígenas. Dados da CPT evidenciam que, em 2007, 28 pessoas foram assassinadas e 428 presas em conflitos rurais em todo o país. Em março de 2008, Welinton da Silva, líder do Movimento dos Sem-Terra foi atingido com um tiro na perna durante um protesto no Maranhão.
O relatório destaca ainda que assegurar a responsabilização pelas violações dos direitos humanos continua um grande desafio no país.
O documento cita o caso do assassinato da missionária Dorothy Stang, assassinada em 2005. O mandante do crime, Vitalmiro Bastos de Moura, foi inocentado em maio de 2008. Menciona também o fato de que o Brasil nunca processou os responsáveis pelas atrocidades cometidas durante o período da ditadura militar.
Por fim, o documento cita a resolução da Corte Interamericana de Direitos Humanos em maio de 2008, em que afirma que o Brasil não cumpriu completamente a sentença de 2006, sobre o caso Damião Ximenes Lopes. "Apesar das indenizações terem sido pagas à família Ximenes, ninguém foi culpado pela tortura e pelo assassinato, em 1998, de Damião, um paciente psiquiátrico no Ceará", ressalta.
Fonte: Adital
Postado por Fabiana André às 08:20 0 comentários
Marcadores: Direitos Humanos
sábado, 10 de janeiro de 2009
JUSTIÇA ANULA REGIME SEMI-ABERTO DE ASSASSINO DE TIM LOPES
Fonte: Blog Jornalismo nas Américas
BRASIL
Justiça anula direito a regime semi-aberto de um dos assassinos de Tim Lopes
Após ter obtido um regime semi-aberto que lhe permitiria visitar sua família durante o dia, Cláudio Orlando de Nascimento, conhecido como "Ratinho", permanecerá na prisão por decisão da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro, informou o jornal Correio do Brasil, com informações da organização Repórteres Sem Fronteiras.
O Correio do Brasil acrescenta que, segundo o desembargador Rafael Estrela, "Ratinho" já havia fugido da prisão anteriormente, ao cumprir penas por outros crimes, o que contraria a alegação da administração penitenciária, que no último mês de dezembro concedeu o benefício do regime semi-aberto pelo "bom comportamento" do criminoso.
Por Eva Menezes em 01/09/2009
Postado por Fernando Pinheiro às 22:51 0 comentários
Marcadores: Mídia e Violência
INSCRIÇÕES ABERTAS PARA BOLSAS EM UNIVERSIDADES DOS EUA
Fonte: blog Jornalismo nas Américas.
Blog de Notícias
Prazos para inscrições em bolsas de estudo em Oxford, Harvard, Berkeley e Toronto se aproximamAqui vai um lembrete das bolsas de estudo voltadas a jornalistas e seus prazos para inscrição:
* Jornalistas podem inscrever-se para bolsa de estudos de pesquisa em Oxford, da Fundação Thomson Reuters.
Prazo: 28 de janeiro de 2009. Veja detalhes aqui.
* As Bolsas de Estudo Nieman em Cobertura da Saúde Global, na Universidade de Harvard, serão destinadas a dois jornalistas -- uma a um cidadão americano e outra para um colega de fora dos Estados Unidos.
Prazo: 31 de janeiro de 2009. Maiores informações aqui.
* Bolsa de estudos permite que jornalistas estudem política em Harvard.
Prazo: 1º de fevereiro de 2009. Leia mais aqui.
* Jornalistas podem inscrever-se em programa de estudos em Berkeley.
Prazo: 1º de março de 2009. Maiores detalhes aqui.Além disso, a organização Jornalistas Canadenses pela Livre Expressão (CJFE, em inglês) criou uma nova bolsa de estudos na Universidade de Toronto, destinada a um jornalista latino-americano.
Um convite formal às inscrições aparecerá este mês no site da CJFE.
Por Dean Graber em 01/06/2009 - 11:31
Postado por Fernando Pinheiro às 08:01 0 comentários
Marcadores: Bolsas de Estudo
ASSASSINO DE TIM LOPES GANHA LIBERDADE PARCIAL
Fonte: Blog JORNALISMO NAS AMERICAS.
Blog de Notícias
Mais um dos assassinos do jornalista Tim Lopes ganha liberdade parcial
Poucos dias depois do anúncio de que um dos condenados pelo assassinato do jornalista Tim Lopes ganhou o direito de liberdade parcial por bom comportamento, outro dos assassinos do repórter recebeu o mesmo benefício, informa o site G1.
Desta vez, o beneficiado é Cláudio Orlando de Nascimento, o Ratinho, justamente o que mais torturou o jornalista e o que mais incentivou o assassinato, segundo as investigações policiais citadas pelo G1.
O fato de que, apenas seis anos depois do brutal assassinato do repórter da TV Globo, os assassinos estejam sendo libertados, ainda que parcialmente, gerou protestos no Brasil e no exterior.
As preocupações são ainda maiores porque em 2007, outro dos condenados pelo assassinato de Tim Lopes aproveitou para fugir, depois de ganhar o benefício da liberdade parcial (ou regime de prisão semi-aberta, no qual o prisioneiro pode sair durante o dia e regressar ao presídio apenas para pernoitar).
Os dois prisioneiros beneficiados no final de 2008 ainda não foram liberados porque não apresentaram provas de que conseguiram emprego, mas os advogados da família de Tim Lopes estão tentando recursos para reverter a decisão judicial, segundo informes da imprensa brasileira.
A notícia da libertação parcial de mais dois assassinos de Tim Lopes foi também divulgada pela TV Globo e o vídeo pode ser visto aqui.
Por Rosental Alves em 01/01/2009
Postado por Fernando Pinheiro às 07:55 0 comentários
Marcadores: Mídia e Violência
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Reunião de apresentação do projeto da 1ª Conseg
Amig@s, recebi por e-mail e estou socializando informação muito importante com vocês aqui.
Bjs!
CONVITE
O Ministério da Justiça convocou, por meio da publicação no DOU, edição Nº 239 em 08 de dezembro de 2008, a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (1ª Conseg), cujo objetivo é definir diretrizes e princípios orientadores para a Política Nacional de Segurança Pública, com participação da sociedade civil, trabalhadores e poder público.
Em 12 de dezembro de 2008, publicou na edição Nº 242, seu regimento interno, por meio da portaria Nº 2.482, cujo texto dispõe sobre as etapas estaduais e municipais para a 1ª CONSEG a ser realizada pelos entes federativos brasileiros. Ambos os documentos estão disponíveis na página da Conferência.
Assim, o Ministério da Justiça e a Secretaria de Estado de Segurança Pública convidam representantes da sociedade civil para uma reunião de apresentação do projeto da 1ª Conseg, como também para definição sobre a composição da Comissão Organizadora Estadual (COE).
Contamos com sua presença.
Data: 16 de janeiro
Local: OAB-Rio. Av Marechal Câmara 150, 4º andar, Plenário Evandro Lins e Silva.
Horário: 9h.
Cordialmente,
Verônica dos Anjos
Consultora do Ministério da Justiça
Mobilizadora Regional para 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública – Rio de Janeiro
Tel: (21) 9914-2478
veronica.conseg@gmail.com
www.conseg.gov.br
Postado por Fabiana André às 05:26 0 comentários
Marcadores: Segurança Pública
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
EVENTO ZONAS DE EXCLUSÃO
PROGRAMAÇÃO A CIDADE INVISÍVEL:
O SUBÚRBIO FORA DOS DETERMINISMOS
Mediador: Clóvis Bulcão
PROPOSTAS PARA UM SUBÚRBIO ALÉM DO SUBÚRBIO
Mediador: Victor Paes
10 de janeiro − sábado
Biblioteca Municipal de Irajá
Av. Monsenhor Félix, 512 − Irajá
(em frente à saída da estação do metrô Irajá)
Postado por Fernando Pinheiro às 15:44 0 comentários
Marcadores: Eventos
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
SIP pede justiça para morte de 13 jornalistas na América Latina
Dando sequência á postagem anterior...
SIP pede justiça para morte de 13 jornalistas na América Latina
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) publicou anúncio em 350 jornais lembrando a morte de 13 jornalistas este ano na América Latina. A entidade pede que os assassinos sejam condenados com o máximo rigor.
No anúncio, a SIP lembra também que na região há muita impunidade e que a liberdade de expressão e o direito público à informação são limitados.Para a entidade, 2008 está sendo considerado um ano trágico. O México foi o país que registrou o maior número de crimes contra jornalistas na região.
Os jornalistas assassinados foram Armando Rodríguez, Alejandro Fonseca, Miguel Angel Villagómez, Mauricio Estrada, Bonifacio Cruz, Alfonso Cruz, David García, Felicitas Martínez e Teresa Bautista Merino, todos eles do México; Jorge Mérida, da Guatemala; Carlos Quispe, da Bolívia; Raúl Rodríguez, do Equador, e Pierre Fould, da Venezuela.As informações são da Agência EFE.
Postado por Fabiana André às 16:04 0 comentários
Marcadores: Mídia e Violência
Mortos pela Liberdade de Expressão
Amig@s, boa noite!
Já estava com saudades de passar por aqui. desculpem-me o corre-corre de fim de ano acabou por sugar todo o meu tempo e força. Tenatrei neste ano (já incluí isto na minha listinha pessoal...rs) ser mais assídua aqui.
Bem, mudando o assunto, infelizmente este primeiro post não é nada agradável. Recebi pelo mailing do Comunique-se e faz menção a uma pesquisa feita pela Repórteres Sem Fronteiras:
Segue o texto na íntegra
RSF registra 60 assassinatos de jornalistas
De acordo com levantamento feito pela organização Repórteres Sem Fronteiras, 60 jornalistas foram assassinados este ano [2008]. O número é menor do que no ano passado, quando se registraram 86 assassinatos. A RSF lembra que os dados são baseados nos relatos que chegam à organização, excluindo os casos mantidos em segredo pelas vítimas, muitas vezes por motivos de segurança. Há o registro também de um colaborador de mídia assassinado.
A organização diz que não há razões para ser otimista. Os assassinatos se concentraram em regiões em que há conflitos armados, violência político-mafiosa e o terrorismo, como no Iraque (15 mortos), Paquistão (sete), Filipinas (seis) e México (quatro).
Prisão, agressão e ameaça
O levantamento contabiliza 673 jornalistas presos, contra 887 em 2007. Na questão de agressão e ameaça, foram 929, contra 1551 no ano anterior.
Casos de prisão ou detenção foram elevados na África, onde as delegacias são “ponto de passagem obrigatório” para os jornalistas que incomodam o poder e passam dos limites impostos. Só no Iraque foram 31 detenções. Na China, registraram-se 38. Na Birmânia, o endurecimento da junta militar sobre jornalistas e blogueiros críticos provocou 17 detenções.
Censura e seqüestros
A censura apresentou redução em relação a 2007. Este ano 353 meios de comunicação foram censurados contra 528 no ano passado. A China foi o país que mais registrou casos de censura, com 132. No Brasil, foram 14 casos.
Casos de seqüestros também diminuíram. Vinte e nove profissionais de imprensa forma seqüestrados este ano, contra 67 no ano anterior. No Afeganistão, sete jornalistas ou colaboradores foram seqüestrados), enquanto na Somália foram 5 casos, no México também cinco e no Iraque, quatro.
Internet é o meio que sofre mais repressão
Com o crescimento da internet, o meio tem sido cada vez mais alvo de ataques. Do total citado acima, um blogueiro foi assassinado, 59 detidos, 45 agredidos e 1.740 sites de informação chegaram ao fim ou foram suspensos.
A RSF chama a atenção para o fato de, pela primeira vez, um homem ter sido morto por realizar o trabalho de “jornalismo cidadão”. O empresário chinês Wei Wenhua foi espancado até a morte por após ter filmado distúrbios com manifestantes na cidade de Tianmen (província de Hubei). Foram registradas ações de censura sobre a Internet em 37 países, como a China (93 sites censurados), a Síria (162 sites censurados) e o Irã (38 sites censurados).
As críticas publicadas em blogs também motivaram a prisão de jornalistas e blogueiros. Dez ciberdissidentes foram presos na China, 31 agredidos ou ameaçados e ao menos três foram condenados pela justiça.
Até quando????
Postado por Fabiana André às 14:38 0 comentários
Marcadores: Mídia e Violência