Geolocalizador

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Rio e São Paulo respondem por cerca da metade dos casos de homicídios no Brasil

A estatística consta no Relatório Global sobre Assentamentos Humanos, do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Urbanos (UN-Habitat), que este ano aborda o tema da segurança nas cidades do mundo.

O relatório do Centro das Nações Unidas para Assentamentos Humanos, UN-Habitat, divulgado na segunda-feira, 1, que reúne dados e casos de sucesso no combate ao crime e a violência, aponta que entre os anos de 1980 e 2000, o índice mundial de homicídios aumentou em quase 50%, passando de seis mortes para cada grupo de 100 mil habitantes para 8,8 mortes.

O relatório foi desenvolvido para marcar o Dia Mundial do Habitat, que este ano aborda o tema "Cidade Segura, Cidade Justa". Enquanto as taxas de crime pessoal variam significativamente entre regiões e países, foi estimado que 60% do total de moradores de locais urbanos dos países em desenvolvimento foram vítimas de crimes. Na América Latina e na África, essas taxas chegam a até 70%.

Segundo o relatório do ONU-Habitat, na América Latina, onde 80% da população é urbana, as áreas metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo, Cidade do México e Caracas registram mais da metade dos crimes violentos em seus respectivos países.
Só as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo juntas respondem por cerca da metade dos casos de homicídios no Brasil. A maioria destes crimes é cometida por armas de fogo. São mais de 100 brasileiros mortos por armas de fogo todos os dias, sendo que no Rio de Janeiro a taxa de mortes por armas é maior que o dobro da média nacional.

Vencendo o medo

Ainda segundo o relatório, roubo é o crime mais comum contra a pessoa. Isso resulta em dano e perda da propriedade das vítimas, além de aumentar o medo geral do crime. Cerca de setenta em cada cem brasileiros se sentem inseguros quando voltam para casa.

Contrariando os dados, o professor Fernando da Silva, 32 anos, morador de Olaria, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, já foi assaltado duas vezes. Uma quando descia da condução, próximo ao Centro do Rio e outra dentro do ônibus quando voltava do trabalho. Nos dois assaltos ele perdeu cerca de R$ 300 mais o celular. Mas isso não fez com que ele se sentisse mais inseguro.

"Na hora fiquei muito chateado. Mas como não havia nenhum policial próximo não registrei queixa. Mas não mudei meus hábitos. Continuo tendo cuidados que sempre tive como evitar lugares desertos e escuros e prestar atenção ao meu redor", diz.
Ainda segundo a ONU, os números do medo do crime, que é diferente do número real de crimes, estão associados à violência da polícia, à sensação de insegurança e aos registros oficiais de violência e mortes, assuntos freqüentes nos jornais e noticiários.

Mais informações sobre o relatório estão disponíveis no site da ONU Brasil no link
Matéria escrita por Fabiana Oliveira e publicada inicialmente no site do Observatório das Metrópoles

0 comentários: