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quarta-feira, 30 de julho de 2008

Lei Maria da Penha não está sendo integralmente cumprida

Recebi por e-mail e estou repassando...

Após dois anos de vigência da Lei, 300 Promotoras Legais Populares, mulheres líderes comunitárias de todo o País, reúnem-se para exigir maior compromisso do Estado para a implementação da Lei

Pesquisa Ibope mostra a percepção da população sobre a Lei Maria da Penha

Mais de 300 Promotoras Legais Populares das cinco Regiões do país se reúnem em Brasília para debater, avaliar e exigir maior compromisso dos Estados, Municípios e do Poder Judiciário na implementação da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340), que trata da violência doméstica contra as mulheres.

O Encontro Nacional de Promotoras Legais Populares acontece nos dias 6 e 7 de agosto, data em que a Lei Maria da Penha foi sancionada pelo presidente da República há dois anos. O evento é realizado pela ONG Themis - Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero, em parceria com organizações de mulheres de todo o país e com apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM).

Quem são as Promotoras Legais Populares
São mulheres, líderes comunitárias de camadas populares, de diferentes áreas profissionais, que freqüentam um curso de educação jurídica, que fornece noções básicas sobre a estrutura do Estado e do Direito e as principais leis relacionadas às questões da condição da mulher, da família e direitos humanos.

O Encontro de Promotoras tem como objetivos avaliar o impacto da Lei Maria da Penha na prevenção e punição da violência doméstica e exigir que os mecanismos institucionais de proteção previstos na Lei saiam do papel e tornem-se acessíveis a toda a população.

Maria da Penha Maia Fernandes, símbolo da luta contra a violência doméstica, confirmou sua presença. Saiba + sobre a mulher que deu nome à Lei

Documento com propostas e recomendações será entregue às autoridades
As Promotoras Legais Populares reuniram, ao longo de seu trabalho, casos exemplares de violação dos direitos das mulheres e denúncias do descaso do Poder Público pela não aplicação da Lei Maria da Penha. Esse material será a base para a discussão das participantes do Encontro e para a formulação de propostas e exigências que incidam sobre um maior comprometimento com a efetiva implementação da Lei por parte de todas as instâncias dos Estados e Municípios e, em especial, do Judiciário e da área de Segurança Pública.

Em 7 de agosto, as Promotoras farão uma caminhada até o Palácio do Planalto para entregar o documento ao presidente da República em exercício, José Alencar, ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, ao presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Humberto Gomes de Barros, à ministra da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, Nilcéa Freire, e ao ministro da Justiça, Tarso Genro.

Pesquisa inédita realizada pelo Ibope sobre a Lei Maria da Penha
Também em 7 de agosto, durante o Encontro de Promotoras Legais Populares, serão divulgados dados da pesquisa encomendada pela Themis ao Ibope, acerca da percepção da população sobre a Lei Maria da Penha.

Magnitude da violência contra as mulheres no país é desconhecida
Pesquisa Ibope/Instituto Patrícia Galvão de 2006 revela que 51% dos homens e mulheres entrevistados conhecem casos de agressões a mulheres. Entre as mulheres este conhecimento é maior (54%). Os segmentos que expressam taxas maiores de familiaridade com esse drama são de pessoas de 25 a 29 anos (59%), com escolaridade superior (59%), e moradoras da periferia (57%).

Rede de serviços instalada é insuficiente
De acordo com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, existem no Brasil 108 Centros de Referência de Atendimento à Mulher, 404 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), 50 Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, 15 Defensorias Públicas da Mulher e 65 Casas-abrigo.

Apesar da criação desta rede, ainda faltam investimento e capacitação profissional. São Paulo, o Estado mais rico do país, por exemplo, não instalou até hoje nenhum juizado especial de atendimento à mulher, o que evidencia a insuficiência de equipamentos. Assim como o Judiciário gaúcho, que tem uma imagem de vanguarda, instalou somente um juizado na capital.

Além disso, o Estado brasileiro não dispõe de dados sobre os casos registrados de violência contra mulher e de atendimentos realizados. Os números disponíveis, ainda que insuficientes, são levantados principalmente pela SPM e por meio do trabalho e controle social de algumas organizações de mulheres, que cobram do governo um maior investimento em pesquisas. Esse desconhecimento da real dimensão do problema dificulta a elaboração de políticas públicas adequadas para o enfrentamento à violência.

Encontro Nacional de Promotoras Legais Populares
Data: 6 e 7 de agosto de 2008
Local: CET/CNTC-Centro de Eventos/Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio
SGAS Quadra 902 Bloco C - Brasília
Telefone do Centro de Eventos: (61) 3214-8000

Informações para imprensa:
Instituto Patrícia Galvão (www.patriciagalvao. org.br)
(11) 2594-7396, com Raquel Melo ou Denise Gomide
(61) 8133-8073, com Ismália Afonso
Themis – Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero (www.themis.org. br)
(51) 3212-0104 ou 9725-1790, com Rubia Abs da Cruz

Visite o Portal Violência Contra a Mulher (www.violenciamulher .org.br) e veja mais pesquisas e matérias sobre o assunto.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Bolsas Dart Center treinam jornalistas para melhorar a cobertura de trauma e violência

Inscreva-se até 30 de julho (Dart Center for Journalism & Trauma)
O Dart Center oferece seis Bolsas Ochberg, integrais, para jornalistas em meio de carreira que desejem aplicar conhecimentos aprofundados de trauma emocional para melhorar sua cobertura de eventos violentos.

As bolsas estão abertas a repórteres de meios impressos e eletrônicos, fotógrafos, editores e produtores com ao menos cinco anos de experiência como jornalistas. (Veja a lista dos bolsistas anteriores.).

Em novembro de 2008, os selecionados participarão de um seminário de dois dias em Chicago sobre o papel do trauma emocional na cobertura de eventos violentos. Eles também participarão da conferência anual da Sociedade Internacional de Estudos de Stress Traumático.

Os formulários de inscrição estão disponí­veis em espanhol e em inglês. O prazo final de inscriçaõ são 30 de julho.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Ato Público em Defesa da Vida no dia 23 de julho


Concentração 08h30, na Candelária, Centro do Rio

Entrevista Haydée Caruso

Assista entrevista da antropóloga e pesquisadora da UFF Haydée Caruso, sobre a segurança pública no estado do Rio de Janeiro e a ação da polícia.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Exposição fotográfica Filhos do Brasil




0800 receberá denúncias contra milícias

Já está em operação o Disque-milícia. As ligações com informações e denúncias anônimas poderão ser feitas gratuitamente de segunda a sexta-feira de 10 às 17h. O número é 0800 28 20 376 .
Esta mensagem foi enviada por Fabio Pereira para ver o perfil de Fabio Pereira, clique aqui

terça-feira, 15 de julho de 2008

BOPE é assunto no parlamento português

Assistao vídeoa

sexta-feira, 11 de julho de 2008

A reivenção do mundo



Começo este post com este clipe da música Zombie (favor escutar e prestar atenção na letra, antes de ler o post) e uma frase de Boaventura de Sousa Santos:
""A possibilidade de um futuro melhor não está num futuro distante, mas na reivenção do presente..."
A principal pauta dos grandes veículos de comunicação carioca na semana passada foi a polícia no Rio de Janeiro. São notícias de policiais assaltando, matando mulheres, velhos e crianças. Soldados do Exército praticando barbaridade... e por aí vai.
E, claro, não podia deixar de meter minha colher nesse assunto.
O que muito me aflige é a construção das notícias. Restritas ao fato em si, os policiais são os grandes algozes, mas ninguém para discutir no texto o que gera isso tudo: a política de segurança pública do Rio de Janeiro, política pautada no extermínio, como dizem alguns movimentos, ou, simplesmente a inexistência dela.
Bem, gostaria de escrever mais sobre, mas algo me diz que terei que fazer ainda outros posts sobre o assunto. Então, por enquanto, deixo vocês com um texto Ex-Blog do César Maia. OBS: Não tomo partido nem de A, nem de B, mas o texto está muito interessnate. Vale a pena ler

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Ex-Blog do Cesar Maia 10/07/2008
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NÃO SABEM MAIS O QUE FAZER! OU NUNCA SOUBERAM?

1. Quando uma secretaria de segurança, em qualquer estado ou mesmo em nível federal, não sabe o que fazer, investe em veículos e armamentos, ambos de ampla visibilidade. Quanto mais coloridos e chamativos, melhor. Funcionam como publicidade para que as pessoas pensem que aquilo ali é polícia e aumentem a percepção de segurança. Bem, isso quando não vem junto uma "comissãozinha" tão comum nestas macro-compras de veículos, como ocorreram nestes anos pelo Brasil afora.

2. Em seguida, o governador do estado passa em revista a frota de veículos que sai em passeata com seus letreiros reluzentes piscando, algumas sirenes ligadas. De preferência com fuzis novos a mostra.

3. Quando isso ocorre, todos podem escrever: é tudo empulhação e não há chance de dar certo. De um lado, em vez de aumentar a sensação de segurança, aumentam a sensação de insegurança, pois a ostensividade coreográfica sinaliza para as pessoas que aquela região é de alto risco. Outro dia colocaram uma cabine blindada no final da Av. Princesa Isabel, na Praia de Copacabana. Será que querem dizer que só o policial dentro da cabine está seguro? Cabines imobilizam o policial. Só tem aqui.

4. Veículo é feito para transporte, para dar mobilidade quando necessário. Imobiliza o homem, ao inverso do que parece e descola o policial da rua e das pessoas. Se foram treinados para abordagem, o uso excessivo de veículos os destreina. E quando esse deslocamento em carro, como se estivesse patrulhando, é feito com fuzil, coloca em risco a população civil em seu entorno. Um fuzil desses tem alcance efetivo num raio de 2 km.

5. Mesmo quando há delinqüentes em fuga, o policial deve medir na captura se está colocando a população civil no entorno em risco. Se estiver, pode interromper a perseguição para evitar que a emenda seja pior que o soneto. Isso tem ocorrido freqüentemente no Rio. Tiroteios nas ruas em ações de perseguição pela cidade toda. Na Av. Vieira Souto e Av. Atlântica foram várias, em Ipanema na área frontal ao Pavãzinho, na Tijuca -Conde Bonfim- na Avenida Brasil, nas vias principais da zona norte e da zona oeste. Em todos os casos há pelo menos um ferido. Quando não há vários feridos e mortos, como as tragédias dos últimos dias.

6. Patrulhamento se faz a pé. É com este que a população se sente mais segura. É com este que o policial treina todos os dias as práticas de abordagem que aprendeu na escola militar. Em Londres o patrulhamento é feito com os policiais sozinhos, para evitar distração. E sem arma. Mas com uma letal: seu rádio e a memória do código de localização em cada ponto que estiver de forma a chamar apoio da intensidade que necessitar e na direção necessária que se desloca em menos de 2 minutos.

7. Nos anos 30, na Inglaterra, um policial só era autorizado a usar armas quando todos os testes-surpresa feitos com ele garantiam que ele não tinha mais como primeiro reflexo levar a mão ao coldre. O primeiro reflexo deve ser avaliar a situação e o recurso da arma deve ser uma decisão e não um reflexo.

8. Dias atrás, numa exibição de soldados do exército, na França, o sargento não trocou a munição por festim. Feriram 14 pessoas. O comandante geral do exército entregou seu cargo, o que foi aceito pelo presidente Sarkozy. Esta semana, uma operação de perseguição na cidade do México atingiu vários civis sendo que dez faleceram. O Chefe de Polícia e o Procurador de Justiça pediram exoneração, o que foi aceito. Aqui, são desculpas, lamúrias, xingamentos aos policiais, empurrando para baixo uma responsabilidade que inevitavelmente é de cima. Quando não há essa consciência, não há autoridade, não há comando, não há polícia, não há mais nada.