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domingo, 29 de junho de 2008

As drogas no mundo

Matéria interessante publicada no Globo Online, na quinta-feira, 26, sobre relatório divulgado pela ONU com dados sobre a droga no mundo.
Para acessar o link original clique aqui

RELATÓRIO
Afeganistão e Colômbia puxam aumento da produção de ópio e cocaína
Publicada em 26/06/2008 às 15h03m
O Globo Online
Agências internacionais
VIENA - O relatório Mundial sobre Drogas divulgado nesta quinta-feira pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) informa que o combate às drogas está ameaçado pelo aumento da produção de ópio e cocaína, especialmente em áreas dominadas por rebeldes no Afeganistão e na Colômbia. O documento também afirma que, em todo o mundo, o número de pessoas que consumiram alguma droga ilícita ao menos uma vez no ano passado aumentou ligeiramente para 208 milhões em relação a 2006, o que representa 4,9% da população mundial entre 15 e 64 anos. A maconha ainda é a droga ilícita mais consumida no mundo.

- Os grandes aumentos registrados ultimamente da oferta de narcóticos procedentes do Afeganistão e da Colômbia podem fazer com que as taxas de consumo de drogas subam por causa da queda dos preços e da maior pureza das doses - explicou o diretor do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC), Antonio Costa.

Enquanto o cultivo de papoula para obtenção de ópio ficou estável ou diminuiu em muitas partes do Afeganistão, cinco regiões ao sul do país que ainda são controladas pelo Talibã foram responsáveis por 80% do cultivo de papoula no país, o suficiente para dobrar a produção mundial de ópio entre 2005 e 2007. No país, que responde por mais de 80% do cultivo de papoula para produção de ópio no mundo, esta atividade registrou aumento de 17% em 2007.

O governo Talibã foi derrubado em 2001 após a ocupação americana no Afeganistão. Além da produção, a exportação de ópio também aumentou no país, chegando a US$ 4 milhões de dólares, o que equivale a uma elevação de 29%. O Afeganistão também foi novamente o maior produtor mundial de heroína no ano passado, enquanto a Colômbia foi o principal produtor de cocaína. Na contramão do mundo, consumo de cocaína aumenta no Brasil.

Na Colômbia, o cultivo de coca aumentou 27% em 2007, apesar de a plantação da folha de coca e a produção de cocaína estarem concentradas em 10 dos 195 municípios do país. No Brasil, segundo maior mercado de cocaína das Américas - com cerca de 870 mil usuários - o consumo dessa droga aumentou, ao contrário da tendência registrada em "boa parte planeta". No futuro, nós precisamos ser ainda mais pró-ativos

- Na Colômbia, assim como no Afeganistão, as regiões onde mais se cultiva a coca estão sob controles de rebeldes - disse o diretor do UNODC. - No futuro, nós precisamos ser ainda mais pró-ativos.

O documento mostrou que, apesar do aumento importante no cultivo de coca na Colômbia, a produção de cocaína no país não teve alteração em 2007, devido aos rendimentos mais baixos do plantio. Isso aconteceu porque os plantadores foram obrigados a plantar a folha de coca em regiões menores e mais remotas para não serem descobertos em ações de repressão do governo, cada vez mais intensas.

- Nos últimos anos, o governo colombiano destruiu as plantações de coca em larga escala através de uma grande erradicação aérea. Foi uma campanha de sucesso inquestionável contra os grupos armados e os traficantes de drogas. No futuro, com as Farc (Forças Armadas revolucionárias da Colômbia) em situação precária, possivelmente será mais fácil controlar o cultivo de coca - disse costa, fazendo referência à principal guerrilha colombiana. Traficantes encontram novas rotas, especialmente no oeste da África

O cultivo de coca também aumentou na Bolívia e no Peru no ano passado, mas o rendimento do plantio também caiu. A produção mundial de cocaína, no entanto, foi praticamente a mesma em 2007, com 994 toneladas, ante 984 toneladas em 2006. Já a produção de heroína dobrou entre 2005 para 2007, chegando a 8.870 toneladas.

Os traficantes de drogas também encontraram novas rotas de distribuição, especialmente no oeste africano, onde os dados revelaram um aumento na apreensão e uso de cocaína. A região parece ser uma nova rota de venda de cocaína para a Europa, segundo o relatório do UNODC.

O mercado americano de cocaína parece estar se retraindo. O relatório indicou que o número de trabalhadores dos Estados Unidos que tiveram exames positivos para cocaína caiu 19% no ano passado, e 36 por cento desde 1998. Maconha ainda é a droga ilícita mais consumida no mundo
O mercado da maconha continua sendo o maior mercado de drogas ilícitas no mundo. O UNODC estima que cerca de 166 milhões de pessoas - 4% da população mundial entre 15 e 64 anos - utilizaram a droga em todo o mundo em 2006, ante 16 milhões que consumiram cocaína e 12 milhões que usaram heroína.

O documento do UNODC apontou ainda um sucesso geral nas políticas de controle de drogas no último século e na última década. Um exemplo positivo foi a queda de 70% na produção global de ópio desde 1909, apesar de a população ter quadruplicado no mundo.

- As estatísticas sobre as drogas mostram que o problema foi dramaticamente reduzido no século passado, e se estabilizou nos últimos dez anos - afirmou Costa.

sábado, 28 de junho de 2008

A imagem da PM do Rio de Janeiro

Na quarta-feira, 26 de junho, o pessoal do blog Projeto 200 Anos - Renascimento da PM, postou uma imagem que traduz bem a política de segurança pública no Rio de Janeiro. O nome do post é PROJETO 200 ANOS (310) - LEGADO BELTRAME - A IMAGEM DA PM DO RJ . Dispensa explicações. A imagem fala por si, como deve ser o fotojornalismo.



"O dia que não terminou"

Completando a postagem anterior sobre um ano da operação policial-militar ocorrida no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, segue matéria que escrevi para o site Viva Favela. É só clicar em cima para ler.

por Fabiana Oliveira 27/06/2008

Um ano depois

Ontem fez um ano que 21 pessoas foram mortas no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio. Na verdade foram 21 pessoas nesse dia, porque se for contar desde o início da ocupação na região, dia 2 de maio de 2007, esse número sobe para cerca de 50 mortos e mais de 80 feridos.

Este extermínio teve o apoio estatal que tem política de segurança pública direcionada pela criminalização da pobreza. Onde favelados e pretos, são potenciais criminosos e devem ser exterminados.
Bem, gostaria de escrever um pouco mais, mas por hora achei melhor reproduzir a carta aberta enviada pelo Fórum pela Vida, Contra o Extermínio!
Segue a carta

PELA VIDA, CONTRA O EXTERMÍNIO
CARTA ABERTA À POPULAÇÃO


No dia de hoje completa-se um ano da Chacina no Complexo do Alemão, onde 19 pessoas foram mortas com 78 tiros, sendo que 32 deles disparados pelas costas. A mega-operação que envolveu 1200 agentes também teve como resultado a apreensão de 14 armas, além de nove feridos, incluindo crianças. Os laudos do Instituto Médico Legal demonstram que as pessoas assassinadas foram atingidas em regiões vitais, o que comprova que, em vários casos, não houve a intenção de imobilizá-las, mas sim de executá-las.

Com a realização sistemática de mega-operações policiais, os governos do Rio de Janeiro e o governo Federal estão perpetuando e até mesmo ampliando um projeto de militarização do modelo de segurança pública. Atualmente, não há no Rio de Janeiro uma política de segurança orientada para a proteção da vida. O que existe é uma política de extermínio! Em maio de 2007, logo após uma operação policial na Vila Cruzeiro que deixou 16 mortos e mais de 50 pessoas feridas por balas perdidas, o atual Secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, declarou: “não se pode fazer um omelete sem quebrar alguns ovos” e que “o remédio para trazer a paz, muitas vezes, passa por alguma ação que traz sangue”. O então Secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, em referência ao modelo de política criminal adotado, declarou que “os mortos e os feridos geram um desconforto, mas não tem outra maneira”. Mais recentemente, em 15 abril de 2008, após uma operação policial com 180 agentes, que deixou 09 pessoas mortas e 07 feridas, o Chefe do 1° Comando de Área da Capital do Rio de Janeiro, coronel da Polícia Militar Marcus Jardim, declarou: “A PM é o melhor inseticida contra a dengue. Conhece aquele produto, [inseticida] SBP? Tem o SBPM. Não fica mosquito nenhum em pé. A PM é o melhor inseticida social”.

O governo atual é responsável por um aumento vertiginoso do número de “autos de resistência” – civis mortos pela policia. Em 2007 foram computados 1330 registros. Nos primeiros três meses de 2008, foram registrados 358, o que representa um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2007. Se essa média se mantiver, o Estado do Rio de Janeiro registrará 1431 autos de resistência em 2008. Esse modelo de segurança pública, inscrito num processo social de criminalização da pobreza, não torna o Rio mais seguro. O custo humano dessa política de governo não se justifica! Hoje temos a polícia que mais mata e mais morre no mundo, num quadro trágico que já alcançou índices recordes, jamais vistos anteriormente.

A partir de uma análise da violência policial do Estado brasileiro, vemos que o valor da vida e da dignidade humana de uma determinada parcela dos cidadãos (que podem ser recortados por sua etnia, faixa etária, classe social e geografia urbana ou rural) está se tornando cada vez mais "descartável" pelas estratégias gerais das políticas governamentais do país. A banalização da morte não permite que se veja que cada um desses jovens assassinados, cujos corpos são mostrados “sem rosto”, tinha nome, sobrenome, família, escola, emprego... vida! Essa onda punitiva está acabando com o futuro do país! Infeliz é a sociedade que não se revolta vendo sua juventude ser exterminada.

Por isso nos juntamos aqui hoje: para lembrar o caso do Alemão, mas também Acari, Borel, Caju, Coréia, Lins, Baixada, Candelária, Vigário Geral..... e o recente caso da Providência.
Acusamos os governos de genocídio, racismo, tortura e fascismo, e exigimos: parem de matar os nossos jovens! Queremos justiça e uma profunda mudança na atual política de segurança pública.
Declaramos que ninguém calará nossa voz, nossa dor e nossa luta.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Pela vida, Contra Política de Extermínio!

Leia abaixo a carta aberta divulgada pelo grupo


O dia 27/06 marca o aniversário de um ano da chacina do Complexo do Alemão. Essa chacina foi resultado da primeira mega-operação da PM em conjunto com a Força Nacional Segurança e teve como resultado a morte de pelo menos de vinte e uma pessoas e o ferimento de nove, incluindo crianças. Contando desde o início da ocupação na comunidade – dia 2 de maio de 2007 – os números são ainda mais alarmantes: mais de 43 mortos e 81 feridos.

Alemão, Baixada, Coréia, Candelária, Acari, Borel, Vigário Geral e o tão recente caso da Providência são apenas alguns exemplos de como as chacinas viraram uma rotina no cotidiano do nosso estado. Esse é o resultado direto da lógica de medo e terror implantada pela política de segurança pública atual, que baseada no confronto e no processo de criminalização dos pobres atinge especialmente os jovens negros.

Acusamos os governos de matar nossa juventude. Acusamos o modelo de segurança adotado nos últimos tempos de promover uma política de extermínio. Acusamos a justiça de omissão e negligência.

Por isso marchamos em lembrança de um ano da Chacina do Alemão: para não deixar no esquecimento as execuções de nossos jovens. Porque não acreditamos que a segurança pública deva se pautar numa política de confronto e extermínio e exigimos a adoção de um modelo de segurança pública baseado na garantia dos direitos humanos, além da investigação rigorosa das circunstâncias de todas as mortes ocorridas em conseqüência dessa política nefasta.

CHEGA DE CHACINA! CHEGA DE EXTERMÍNIO!
SEGURANÇA É GARANTIR OS DIREITOS HUMANOS!

DIA 27/06
MISSA NA CANDELÁRIA ÀS 10H
ATO PÚBLICO CONTRA O EXTERMÍNIO

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Lista da crueldade


Segue a lista com os nomes dos onze militares do Exército que foram indiciados por triplo homicídio. Eles são acusados de sequestrarem e entregarem três jovens da Providência a traficantes do Morro da Mineira, no Catumbi (clique na imagem acima para ler a matéria do jornal "O Globo" e ver o infográfico com a trajetória dos jovens até a morte).

Um deles, o tenente Vinícius Ghidetti de Moraes Andrade, 25 anos, afirmou ter idealizado e comandado a entrega dos jovens do Morro da Providência, no Centro, a traficantes do Morro da Mineira, cujas facções instaladas nesses locais são rivais.

Os militares afirmaram em depoimento que a idéia do ato era "aplicar um "corretivo" nos três jovens". Tirando-lhes a vida. Parece que a justiça fora dos tribunais é bem diferente do que reza a Constituição Brasileira, além de ser bem mais rápida, instantânea.

Não há dúvidas que os militares tiveram intenção de matar os jovens, pois quem mora em favela sabe que ir e vir é um direito restrito às pessoas do "asfalto". Nas comunidades há as barreiras faccionais, onde moradores de uma favela não podem circular em outras, se a facção instalada não for a mesma do local onde mora, sob pena de morte.

Por enquanto, segue a lista com os nomes dos indiciados divulgada no jornal "O Globo". Em breve farei outra postagem sobre.

VINÍCIUS GHIDETTI DE MORAES ANDRADE, de 25 anos: Tenente
LEANDRO MAIA BUENO, de 24: Sargento
JOSÉ RICARDO RODRIGUES DE ARAÚJO: Soldado
BRUNO EDUARDO DE FREITAS: Soldado
RENATO DE OLIVEIRA ALVES, de 22: Soldado
JÚLIO ALMEIDA, de 22: Soldado
RAFAEL CUNHA DA COSTA SÁ, de 21: Soldado
SIDNEY DE OLIVEIRA BARROS, de 21: Soldado
FABIANO ELOI DOS SANTOS, de 22: Soldado
SAMUEL DE SOUZA OLIVEIRA: Soldado
EDUARDO PEREIRA DE OLIVEIRA, de 24: Soldado